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Soft Skills para trabalho remoto? Será? Mas por quê?

Autora Clarissa Prieto, publicação original autorizada por Rama Business Training ₢
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Trabalho remoto e inteligência emocional:

Problemas que a falta de um bom dia podem trazer

Trabalhar remotamente pode ser o sonho de um grande número de pessoas: o conforto da casa, sem o mau-humor de trânsito ou olhos cansados porque precisou acordar cedo para fazer o percurso ao trabalho. Basta abrir o computador e começar a realizar suas tarefas. Mas a lista de benefícios pode não parar por aí. Afinal, não ter que cumprimentar aquele colega que você  não suporta nem olhar nos olhos é muito bom e além de… mas… quem disse isso?

Não é uma tarefa difícil encontrar ofertas de trabalho remoto. Todavia, também não é complicado perceber que a maioria das ofertas deste tipo citam alguma competência  interpessoal nos requisitos à admissão: a tão necessária capacidade de trabalhar em equipe está lá.

Porém, isso não se deve somente à natureza do trabalho online que requer  engajamento dos setores envolvidos de forma adequada ao prosseguimento dos projetos. Mas, também, porque trabalhar remotamente pode criar  espaço para que desentendimentos aconteçam e cresçam.

Afinal, sem o apoio da linguagem corporal, uma mensagem simples pode ganhar o tom de ordem e magoar corações. Sem a necessidade do bom dia no dia seguinte, o mal-estar pode virar antipatia a tal ponto que projetos assumam o segundo plano quando a necessidade antagonizar com quem me feriu ganhar corpo. 

E, de repente, não estamos mais analisando propostas, ou dividindo recursos, por exemplo, mas atrapalhando a vida daquele que nos magoou no passado.

Outro agravante com potencial para conflitos vem exatamente da distância: pontos de vistas divergentes podem facilmente se transformar em agressividade verbal desnecessária. Mas uma vez, o ambiente físico, não figura aqui como santo, mas como um possível inibidor. É mais difícil explodir com a pessoa que você divide a sala do que com aquela que você não encontrará. 

A falta do  sentimento de pertencimento atua também não apenas como uma porta aberta para que talentos fujam da companhia como para que a harmonia não seja  buscada. Se não há crença na existência de um coletivo, não há porque zelar para que o ambiente, mesmo que virtual, seja bom.

Por isso é preciso vencer a ilusão de que ao se trabalhar remotamente a individualidade ganhará espaço. Se seus pés vão trabalhar de pantufa, sua disposição para aceitar, ponderar e atuar com fraternidade não deve relaxar de igual maneira. Muito pelo contrário. Ela deve estar em alto nível de engajamento para a criação de um ambiente de trabalho emocionalmente saudável e acolhedor.

Trabalhar remotamente significa trabalhar dobrado no esforço de criar empatia, envolvimento e sentimento de pertencimento. 

Ainda que de pijamas.

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